quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Fernanda de Castro, Elena Văcărescu e Mircea Eliade

Elena Văcărescu

"Fernanda de Castro poeta, novelista, dramaturga, esposa del influyente personaje del régimen António Ferro (1895-1956). Esta intelectual conoció a figuras destacadas americanas y europeas en los viajes que realizó con su marido representando a Portugal, y refiere en sus memorias que “sempre [tuvo] muitas ligações sentimentais com a Roménia: em primeiro lugar a grande amizade que sempre tive e tenho por Mircea Eliade, que esteve alguns anos em Lisboa como adido cultural”. Para, a continuación, fotografiar las reuniones que Mircea Eliade hacía en su casa:

Todas as quartas-feiras ele reunia em sua casa um pequeno grupo de amigos entre os quais, se não me engano, José Osório de Oliveira e Rachel Bastos, sua mulher, Luíz Forjaz Trigueiro, José Leitão de Barros, o António e eu. Estas reuniões eram muito agradáveis porque tanto ele como a mulher eram extremamente simpáticos e encantadores anfitriões. Todas as semanas se discutia um assunto diferente, por exemplo, psicologia e parapsicologia, religião, feminismo, ocultismo, astrologia, etc. Todos adoravam estas quartas feiras que só foram interrompidas pela morte brutal de Nina, sua mulher, que ele adorava, e pela sua transferência, quase simultânea,  para outro País (...) 

Fernanda de Castro reúne sus recuerdos. En ellos, para lo que ahora nos interesa, informa que Elena Văcărescu, que estuvo a punto de ser reina de Rumanía, permaneció un corto espacio de tiempo en Portugal durante la primera guerra mundial. (...) Uma vez, estando em Paris, no Scribe, Helena telefonou-me dizendo que tinha a maior urgência em ver-me, porque tinha uma coisa formidável para me contar. Fui vê-la nessa mesma tarde e ela recebeu-me com os seus inúmeros erres há muito meus conhecidos, e com ruidosas exclamações de alegria

–Tu sais, ma petite Fernanda, nous sommes riches, riches! Figurre toi que nous avons du pétrole dans nos terres de Roumanie, des terres que ne valaient pas un sou! On nous a déjà donné un tas d’arrrgent pour nous leur donnions la permission de faire des recherches, des prospections, je n’ai pas bien compris quoi ... mais ça ne fait rien. On est  riche, tu sais. Si tu as besoin d’argent, tu n’as qu’à le dire, nous t’en donneront. (...) 

Pouco tempo durou esta euforia. Afinal havia petróleo, sim, mas em tão pequena quantidade que não valia a pena arriscar dinheiro na sua exploração. Isto porém não as [a ella y a su hermana]  afectou nada. Quando as tornei a ver continuavam a viver, alegres e modestamente como sempre, uma pequena vida digna e mediana, tendo esquecido completamente a aventura do petróleo e a sua efémera grandeza. (...)

Mª Victoria Navas Sánchez-Élez
Revista de Filología Románica  2011, vol. 28, 185-190